27/03/2018

Ingratidão. Como lidar?



Há um tempo que tenho guardado este post e acredito que este talvez, seja o momento mais propício em publicá-lo. É... Semana Santa, aquele momento que muitos cristãos católicos fazem reflexões sobre o perdão, mas a real é que a gente precisa ser honesto consigo mesmo: nem sempre é fácil perdoar. Ou ao menos não sentir mágoas, aquela tristeza por ter feito algo de bom para alguém e receber em troca a indiferença, grosseria ou até mesmo algo mais grave: aquele ser que quando mais precisou de ti e tu ajudou, praticamente ajudou a salvar a sua vida te apunhalar pelas costas, caluniar, tentar puxar teu tapete, te humilhar, enfim, te prejudicar de algum modo.
Eu, particularmente e, ciente de que não sou exclusividade, já tive que lidar bastante com a popular ingratidão. Sabe, você confiar, se doar para uma pessoa e depois ela fazer de tudo para te prejudicar? Admito, senti ódio (sinto de alguns ainda, não sou nada good vibes). Admito, não sou uma pessoa do tipo perdoadora (nem mesmo quando professava a fé cristã) e logo depois da ira, me vem uma tristeza muito grande, uma ferida difícil de cicatrizar.
No entanto, refletindo sobre os fatos e parando para pensar exatamente acerca desse tema me veio a pergunta: “Por que nos importamos tanto com a ingratidão?” Eu mesmo me vi perguntando o porquê eu senti tanto se, naquele momento de desespero que dei o máximo de mim para ajudar aquelas pessoas, não consegui pensar em nada além de... ajudá-las, tentar resgatá-las.
E o fato de terem aceito, talvez já tenha sido um bom ato da parte delas, mesmo que egoísta. Porque meus caros, há gente que pode estar na merda, mas é tão orgulhosa que não aceita ajuda de ninguém. Ou seja, se ela aceitou e retribuiu da pior forma, aí é com ela, para nós se torna, ou pelo menos deve se tornar, irrelevante. Porque na MINHA consciência, o apoio, a ajuda devem ser atos genuínos. Apoiar pessoas que nos eram caras em seus momentos de dor, desespero, não deve ser uma permuta. É claro que não há nada mais confortante do que uma pessoa grata, contudo, não é algo que tenhamos autoridade para impor. Não devemos ajudar as pessoas criando expectativas, pensando em como elas agirão depois quando estiverem bem. Devemos pensar que fizemos aquilo que acreditávamos ser o correto e não há nada mais gratificante do que isso: Sermos nós mesmos, em nossa mais pura essência.
Óbvio que não estou me referindo a qualquer tipo de relação abusiva (sim, há amizades extremamente abusivas), desses seres (nada) humanos devemos nos afastar completamente e, se não der para evitar o convívio, procurar manter o máximo de distância possível.
Não estou aqui pregando para se doarem e se doarem e aceitarem a ingratidão como algo absolutamente normal e se tornarem verdadeiros capachos de manipuladores. Esses daí, devemos colocar em seus devidos lugares que seja bem longe de nossas vidas.
Só estou dizendo que não deem, por favor, o poder a essa gente de matar a empatia que existe em vocês. Sempre haverá alguém que saberá, não retribuir, mas ser luz para ti independente do que tenha feito e com a qual poderá contar, afinal, a vida é uma constante Lei do Retorno e ciclos das voltas que o mundo dá, demorados ou não.
E, meus caros, estejam certos, só pessoas que são luz é que tiveram que provar do gosto amargo da ingratidão em suas vidas. 

Mi F. Colmán


Não posso sair daqui sem antes agradecer o carinho de sempre da linda amiga Chica, a Marina e o Toninho que além de me apoiarem e me desejarem tudo de melhor neste 2018, quero que saibam que os desejos são recíprocos e que pode não parecer, mas lhes tenho eterna gratidão por estarem sempre aqui por mim.





I´m bleeding, quietly living I´m living, quietly bleeding - Dominik
 renata massa