18/12/2015

Que morte horrível!


Nota de falecimento do... meu pc! Que morte horrível! Estou tentando me recuperar disso até agora, hehehe.
Mas como dizia mammys "quem não é visto, não é lembrado", que grande mentira isso! O tanto de comentários e carinho que recebi aqui em minha ausência só prova o quanto vocês são umas queridas e uns queridos! Inclusive recebi um comentário solidário de uma pessoa que caiu de paraquedas aqui no controverso post do "homi polêmico" (de boa, eu nem leio mais os comentários, só vou publicando de tanto que "me importo" com a agressão da grande maioria) e diz ter se inspirado no meu blog para criar o seu (se estiver lendo isso aqui, fique tranquilo, aqui não existe concorrentes e sim, companheiros de blogosfera), mas caiu só no meu email. Não sei se a pessoa se arrependeu de ter comentado e deletou ou foi bug, mas enfim... O que importa é deixar bem claro que ela será sempre muito bem-vinda aqui e quando estiver com o blog pronto farei questão de ser uma de suas primeiras e assíduas seguidoras.
Tão bom saber que apesar de tudo, de todos os comentários negativistas em outras redes sociais, a blogosfera continua viva, firme e forte. Saudades de tudo isso aqui!
Mas a real é... estou super chateada porque agora que passou a fase negra do ENEM, concursos e vestibulares e tenho tempo para blogar, acontece isso. E depender de pc alheio é foda. Não rola. Outra coisa que pra mim não rola é blogar pelo smartphone, não tenho paciência.
Farei de tudo para procurar resolver esse problema o mais breve possível, para poder responder a cada comentário que recebi e retribuir todo o carinho que me foi dado. 
Porém, contudo, entretanto... Como não estou imune à crise tanto quanto vocês, talvez só resolva no ano que vem. Até lá...


Se eu sobreviver, eu volto. Sem mais delongas, se eu não voltar antes, deixo aqui meus sinceros desejos de um Feliz Natal, Feliz 2016 e boas festas a todos. Moderarei os comentários pelo celular, mas responder e publicar, não rola.
Até a próxima (que espero que seja o mais próxima possível!)!

Mi F. Colmán

17/11/2015

Vestibular ou ENEM?





















Respondo sem hesitar: Vestibular.
E antes que me perguntem: Não, eu não fui mal no ENEM. Muito pelo contrário, gabaritei até Física na prova de Ciências da Natureza, algo que parecia inatingível à uma pessoa de Humanas.
Entretanto, se tiver que avaliar friamente as duas opções, fico totalmente com a primeira e explico qual é minha "bronca" com o ENEM.
Não percebi na maratona de dois dias, onde tivemos um total de 11 horas para dar conta de 180 questões, mais uma redação (cujo mistério do tema fez com que a maioria atingisse picos de ansiedade), um exame que testasse nossa capacidade sobre o conteúdo adquirido no Ensino Médio. Foi praticamente inevitável não comparar as tardes daquele final de semana com as provas de resistência do BBB.
Sim, o "Exame Nacional do Ensino Médio" é muito mais uma prova de resistência do que de inteligência. Vence o aluno que tem mais agilidade, frieza e conhecimento de assuntos de cunho social. O que a princípio não parece ruim. Mas na prática "não é bem isso". 
Fiz curso preparatório o ano todo e, francamente, pouco (ou quase nada) pude aproveitar de tudo o que estudei neste período. Não tem nada a ver por ter sido um curso do Estado, alunos que fizeram Anglo e outros cursinhos renomados dividiram comigo a mesma impressão. 
O ENEM apresenta questões longas e cansativas (já mencionei que o intuito é a resistência) abordando os conteúdos superficialmente. Fatos muito mais do cotidiano do que do Ensino Médio em si. Ao contrário do vestibular tradicional, o ENEM não exige que se domine completamente as disciplinas. É muito mais domínio próprio e "macetes". Diante daquelas provas, senti que uma grande porcentagem dos meus estudos eram "inúteis" e "obsoletos". A minha "sorte", digamos assim, é que sempre fui uma pessoa muito atualizada e interessada em temas sociais, porém, mesmo prestando com tranquilidade (fazendo a diferença de acho que quase todos ali), não me saí melhor por falta de "forças" no último dia.
O tema da Redação considerei facílimo e tenho absoluta certeza que fui excelente, mas, ao final de Linguagens, Códigos e Suas Tecnologias, apesar de achar assuntos bem interessantes, minha visão já escurecia, literalmente. Foi quando caí em mim que o exame era acima de tudo, para quem tem uma excelente saúde. Cansaço mental da prova, tanto a que estava em mãos quanto a do dia anterior e pressão baixa tomaram conta de mim.

















Isso porque não me descuidei, procurei dormir e me alimentar super bem. Quando cheguei em Matemática e Suas Tecnologias, disciplina que tenho consciência não ser o meu forte, já estava só o pó. Porém, percebi que insisti bem mais do que muitos, fui uma das últimas a sair da sala. Exausta e só querendo meu chuveiro e minha cama.
Revendo tudo isso, acho o vestibular muito mais justo, onde quem adquire boa nota é quem assimilou o conteúdo REALMENTE ESTUDADO durante o Ensino Médio e cursinho. Além de que o foco é bem mais centrado no que o aluno decidiu cursar.
O que aprendi em geral com estas experiências é que a sociedade tem a intenção de formar pessoas razoáveis.
Exato. Razoáveis.
Durante este ano que passou, eu me dediquei feito uma insana em disciplinas que não domino, não me atraem, nada têm a ver comigo e que jamais poderei ser um gênio por mais que me esforce. E as que domino, que tenho muito potencial para poder sim, sem modéstia, atingir a genialidade, acabei enfraquecendo e ficando "na média". Ainda bem que não permito me resumir como pessoa e futura profissional me baseando nesse tipo de processo seletivo.
E eis aqui registrado meu (inútil) protesto por um ensino que incentive menos mentes medianas e mais mentes geniais.

Mi F. Colmán



09/11/2015

A culpa é das estrelas?


Semana passada surgiu uma "polêmica" nos bastidores da escola de uma educadora que conheço. Uma crítica de uma professora de Literatura a outra professora de Literatura. O motivo: a indicação de leitura de A Culpa é das Estrelas de John Green.
Eu não sou, particularmente, fã de John Green. Na real, não curto mesmo o trabalho do citado autor, mas conheço diversas pessoas que amam. Entendo que alguns professores ainda são muito tradicionais e compreendo também que o desejo que eles possuem é o de preparar alunos do Ensino Médio para vestibulares que exigem a leitura dos clássicos.
Esta última já torna a situação um pouco problemática. Penso que educadores em geral não deveriam ter como prioridade apenas formar "acadêmicos em potencial". Em um país onde a leitura ainda é pouco valorizada, a prioridade deveria ser o de formar leitores.
Esta situação me fez lembrar de um texto escrito pela blogueira Lorena Vieira em um grupo do Facebook ano passado:

"Gente, eu sei que isso não tem muito a ver com o grupo, mas vim aqui para ver se algumas pessoas que trabalhem em escolas, leiam este meu post.
Bom, todo mundo sabe que o povo brasileiro não costuma ler muito, muito menos aqueles livros que as professoras passam em sala de aula. Eu não gosto, mas leio para não tirar nota baixa. 
Mas eu gostei muito da iniciativa que uma bibliotecária minha teve na minha escola, coisa que eu não vi em nenhuma outra na minha cidade (ser humano, se isso acontece na sua escola, bom pra você).
Para incentivar a leitura, a bibliotecária decidiu, ao invés de ficar comprando esses livros que ninguém lê, comprar os mais populares que está todo mundo lendo e querendo. 
Ela começou a anotar em uma listinha os livros que a gente queria ler. E sempre que a verba chegava e ela terminava de comprar os livros que a escola pedia para comprar, com o restante do dinheiro ela comprava os livros da lista.
Só para vocês verem, quando essa bibliotecária começou a fazer isso, a biblioteca ficava cheia de gente querendo ler! 
Pois lá tinha Percy Jackson, Jogos Vorazes, Os imortais, A Mediadora, Harry Potter, Maze Runner e muitos outros. 
Os livros nem paravam na biblioteca, você tinha que reservar o livro e geralmente sempre tinha uma pessoa que havia reservado antes!
Bom, quando essa bibliotecária saiu, isso parou de acontecer (triste), porém, seria muito bom se alguns educadores que estivessem aqui, pudessem indicar essa ideia em suas escolas. Com toda certeza incentivaria a leitura!
Eu fiz este post só para dar a dica mesmo, porque na escola aonde eu faço curso, a biblioteca é igual ao que era a da minha escola antes da nossa bibliotecária predileta inventar de fazer isso". Lorena Vieira


O que ela fez foi um verdadeiro apelo ao pessoal da Educação e acredito que tal apelo deveria ser atendido.
É óbvio que os clássicos não podem ficar de fora, porém, creio ser desnecessário afirmar que a leitura dos mesmos é um pouco difícil para quem está começando, principalmente aqueles que não tiveram incentivo à leitura em casa.
Eu tive muito incentivo na infância e de cara curti os clássicos, principalmente do Realismo como Memórias Póstumas de Brás Cubas e O Ateneu, entretanto, tenho plena consciência que faço parte de uma minoria.
Muitas pessoas que conheço relatam o mesmo drama que Lorena, de terem lido os clássicos por obrigação e, infelizmente, uma boa parte destas pessoas sentiram-se totalmente desestimuladas e hoje afirmam ter aversão à leitura.
Por outro lado, conheço pessoas que começaram com HQ´s, mangás e hoje leem de boa um Os Lusíadas, por exemplo.
E também me pergunto o porquê de tamanho preconceito com autores contemporâneos. Teriam eles menor valor por terem um vocabulário mais moderno? 
Isso é algo que deveria ser revisto. Pelos futuros leitores e também, autores.


Mi F. Colmán


Sugestão de leitura: O hábito de ler por Taís Luso de Carvalho.

02/11/2015

O nascer para o além - Dia de Finados


Há quem morra todos os dias.
Morre no orgulho, na ignorância, na fraqueza.
Morre um dia, mas nasce outro.
Morre a semente, mas nasce a flor.
Morre o homem para o mundo, mas nasce para Deus.


Assim, em toda morte, deve haver uma nova vida.
Esta é a esperança do ser humano que crê em Deus.
Triste é ver gente morrendo por antecipação...
De desgosto, de tristeza, de solidão.
Pessoas fumando, bebendo, acabando com a vida.
Essa gente empurrando a vida.
Gritando, perdendo-se.
Gente que vai morrendo um pouco, a cada dia que passa.


E a lembrança de nossos mortos, despertando, em nós, o desejo de abraçá-los outra vez.
Essa vontade de rasgar o infinito para descobri-los.
De retroceder no tempo e segurar a vida.
Ausência: - porque não há formas para se tocar.
Presença: - porque se pode sentir.
Essa lágrima cristalizada, distante e intocável.
Essa saudade machucando o coração.
Esse infinito rolando sobre a nossa pequenez.
Esse céu azul e misterioso.


Ah! Aqueles que já partiram!
Aqueles que viveram entre nós.
Que encheram de sorrisos e de paz a nossa vida.
Foram para o além deixando este vazio inconsolável.
Que a gente, às vezes, disfarça para esquecer.
Deles guardamos até os mais simples gestos.


Sentimos, quando mergulhados em oração, o ruído de seus passos e o som de suas vozes.
A lembrança dos dias alegres.
Daquela mão nos amparando.
Daquela lágrima que vimos correr.
Da vontade de ficar quando era hora de partir.
Essa vontade de rever aquele rosto.
Esse arrependimento de não ter dado maiores alegrias.
Essa prece que diz tudo.
Esse soluço que morre na garganta...


E...
Há tanta gente morrendo a cada dia, sem partir.
Esta saudade do tamanho do infinito caindo sobre nós.
Esta lembrança dos que já foram para a eternidade.
Meu Deus!
Que ausência tão cheia de presença!
Que morte tão cheia de esperança e de vida!

Padre Juca, adaptado por Sandra Zilio


Dia de Finados

A celebração do Dia dos Finados na Igreja Católica Romana iniciou em um mosteiro da França, onde o abade Odilon ordenou aos monges que orassem por todos os falecidos, de todos os lugares e todos os tempos, independente do credo.
A tradição foi oficializada alguns séculos depois em Roma, pelo Papa, determinando a data de 02 de novembro para os católicos intercederem pelos falecidos.
Segundo a doutrina Católica Romana grande parte das almas estão em um lugar chamado Purgatório. Um local onde as pessoas que cometeram pecados permanecem para se purificar. Os fiéis acreditam que orando, mandando rezar missas e acendendo velas podem adiantar a saída delas de lá. Segundo a doutrina, todas as pessoas após o falecimento imediatamente apresentam-se diante do Arcanjo Miguel, que analisa os pecados e virtudes e decide se a pessoa irá imediatamente ao Céu ou deve purificar-se no Purgatório.


E quanto à outras crenças, como encaram a morte ou o Dia de Finados?

No México o Dia dos Mortos (Dia de los Muertos) é comemorado com festa, pois acredita-se que neste dia os parentes falecidos voltam para visitar seus entes queridos. Portanto, são recebidos com muita música, dança e com biscoitos que lhes agradam.
Os protestantes não celebram o dia de hoje apesar de crerem na vida após a morte. Os mesmos encaram esta passagem como a única chance de redenção, o que significa que logo após falecerem já são julgadas e cada qual irá para o lugar de acordo com a vida que tiveram. Aqueles que viveram segundo o propósito de Deus herdarão a vida eterna junto ao Nosso Senhor e os demais, para o tormento consciente de onde nunca conseguirão sair.
Como no Protestantismo há muitas vertentes, existem algumas que creem que os que negam a Cristo e desobedecem seus mandamentos irão direto ao inferno e os seus seguidores entram em um descanso até a 2ª vinda de Jesus Cristo.
As Testemunhas de Jeová são aniquilistas. Para os TJ´s existem 3 tipos de almas: dos ímpios, injustos e justos. Ímpios são os que não terão direito à ressurreição. Injustos são aqueles que faleceram desde a criação do Homem e irão ressuscitar para uma nova chance de salvação durante o milênio. É interessante que há até um número estipulado: 20 bilhões. Destes 20 bilhões, os que passarem à prova, poderão viver eternamente na Terra tornando-se justos. Porém, há 144 mil que serão considerados os ungidos de Deus e estes terão o direito de viver junto a Ele no Paraíso. Todos os demais serão aniquilados. Testemunhas de Jeová não creem no inferno eterno, creem que simplesmente os "maus" deixarão de existir.
Semelhantes às Testemunhas de Jeová, Adventistas do Sétimo Dia também não creem no tormento eterno. Todos os falecidos estão adormecidos e acordarão somente no dia da 2ª Vinda de Jesus, onde serão julgados. Os justos viverão com Deus e os ímpios serão aniquilados.
O Espiritismo segundo Allan Kardec possui a doutrina da reencarnação que é uma espécie de aperfeiçoamento da alma. O ser humano reencarna quantas vezes forem necessárias até que seus espíritos tornem-se espíritos de luz, evoluídos. Os espíritas não acreditam em ressurreição. Jesus Cristo é apenas o maior exemplo de vida a ser seguido.
Hinduístas e Budistas também creem na reencarnação, mas com um pequeno diferencial do Espiritismo, durante o processo as pessoas podem regredir espiritualmente reencarnando como um animal ou até mesmo um inseto.
O Candomblé não existe concepção de Céu e Inferno, muito menos uma punição eterna. Para seus adeptos, morrer é apenas uma transição de uma dimensão à outra, junto com outros espíritos, orixás e guias.
A Umbanda devido ao sincretismo com crenças cristãs, espírita kardecista e afro, possuem vertentes que se diferenciam. No entanto, para eles a morte é uma etapa do ciclo evolutivo, acreditando na reencarnação como base para a evolução do espírito.
No Islamismo, todos os que morrem ficam aguardando o último dia, do Juízo Final, para serem julgados pelo Criador. Assim como no Protestantismo, esta vida é que define sua salvação ou a perda da mesma.
No Judaísmo há a crença da sobrevivência da alma, mas não especifica como será a vida após a morte ou se a mesma existe de fato, dando lugar a diversas interpretações. Diz-se que alguns acreditam na reencarnação e outros na ressurreição dos mortos. Mas é muito importante antes de morrer colocar a casa em ordem e fazer as pazes com Deus.

Independente da crença (ou descrença), acredito que hoje seja um dia de reflexão, de lembrar dos nossos queridos que se foram.
O importante é não deixar que o que existe de mais belo dentro de nós morra ou, se já aconteceu, que nos demos a chance para renascer.




Mi F. Colmán

Notas:

Peço que, se houver algum erro ou algo a acrescentar, os membros das crenças citadas me corrijam e acrescentem. Sei que meu conhecimento a respeito das diversas doutrinas é limitado.

Todos os comentários atrasados estão respondidos (acho), menos aqueles do Grabovoi, que publico só porque são verdadeiras piadas e não vou me dar ao trabalho de respondê-los.

Tenho algumas considerações a fazer devido ao meu tempo ausente e a respeito do ENEM, mas hoje não é dia para isso.


17/10/2015

Sobre legados e ser alguém na vida

























Às portas do ENEM e navegando pelo Facebook vemos diversas coisas, desde a ansiedade exacerbada dos estudantes quanto frases motivacionais contra desistências. E tudo isso me fez pensar a respeito da velha história do antes de morrer ter um filho, escrever um livro e plantar uma árvore, acredito que não necessariamente nesta sequência. E a necessidade do ser humano de "ser alguém na vida" e deixar um legado.
Um colega do cursinho, que está super pressionado e nervoso, estes dias me falou, com ar de crítica, por não parecer tão encanada quanto ele: 

"É Mi, uma prova básica né? Só depende o... teu futuro!" #MusiquinhaDoPsicose

Dei uma risada sem graça ao invés de soltar meu verdadeiro pensamento, no perigo do cara ter uma síncope:

"É sério isso?"





















É sério isso? 


















Sim, é sério. É muuuito sério! As pessoas acreditam e querem nos fazer acreditar que sim. Que nosso futuro se resuma a um exame e como se a próxima chance de fazê-lo será, sei lá, na próxima Superlua com um eclipse.


Como boa aluna que fui nunca perdi o ano, portanto, não sei qual a sensação de reprovar (certamente saberei agora, hahahaha!), no entanto, como ser humano, já tive inúmeras perdas e em nenhuma delas lidei como se tivessem o poder de arruinar a minha vida. 
Acreditar em recomeços, não acreditar que exista tempo perdido porque tudo é válido como aprendizado e seguir adiante não é romantismo, é simplesmente não permitir o rótulo e o sentimento da palavra fracasso.

"Eu não fracassei, apenas encontrei 10.000 soluções que não deram certo". Thomas Edison à respeito do aperfeiçoamento da lâmpada elétrica.


É nessa vibe que tenho procurado viver, em tudo. Não somente em algum exame, mas em todos os desafios que a vida me coloca frente a frente. Eu simplesmente me permito errar, me permito falhar e não encaro estas experiências como fracassos. Jamais o farei. Se não estou seguindo o ritmo da grande maioria, reconheço que não sou a grande maioria e isso, de verdade, não me incomoda. Aceitar que posso ser diferente me dói menos.















A real é que minhas prioridades são e sempre foram outras. Claro que almejo uma vida confortável e um bom cargo, quem nunca? Porém, não será isso que me definirá como "alguém na vida". 
Alguém na vida eu fui, sou e serei.
Sou alguém na vida cada vez que tenho a capacidade de oferecer uma palavra de consolo, um abraço a alguém em um momento de luto, uma atitude nobre em determinada ocasião. 
Sou alguém na vida quando consigo superar ou contornar uma situação difícil, quando ultrapasso o que até então acreditava serem minhas limitações. 
Sou alguém na vida quando dou exemplo de tolerância, respeito ao próximo e não firo meus valores éticos e morais. 
Sou alguém na vida quando mesmo doente ou deprimida, consigo arrancar o sorriso de outra pessoa. E não é pieguice não! É a vida de verdade. Por este motivo, escolherei uma profissão em que possa ser alguém na vida de alguém. Eis a única certeza que trago comigo. 
Legados? Confesso que nunca plantei uma árvore e se acontecer o livro e o filho, estejam certos que farei o possível para que ambos possam levar adiante os princípios que eu acredito. Do contrário, minha existência aqui na Terra terá sido vã.
Certa vez assisti a um desses vídeos de autoajuda que trouxe à tona o questionamento: "Você já parou para pensar como será lembrado?" 
Eu não preciso planejar grandes coisas, fazer grandes feitos para ser lembrada pelo mundo todo. Prefiro ser lembrada e admirada pelas pessoas que realmente me amam e se importam comigo. Portanto, não preciso esperar a morte para que isso aconteça.

Mi F. Colmán

















E você? Traz o legado de alguém da família que  socialmente falando nunca foi "alguém na vida?" Vale aquela receita de bolo da avó.

08/10/2015

Calem a boca, nordestinos!





























Os nordestinos devem ficar quietos! Cale a boca, povo do Nordeste! Que coisas boas vocês têm pra oferecer ao  resto do país? Ou vocês pensam que são os bons só porque deram à Literatura Brasileira nomes como o do alagoano Graciliano Ramos, dos paraibanos José Lins do Rego e Ariano Suassuna, dos pernambucanos João Cabral de Melo Neto e Manuel Bandeira, ou então dos cearenses José de Alencar e a maravilhosa Rachel de Queiroz?
Só porque o Maranhão nos deu Gonçalves Dias, Aluisio Azevedo, Arthur Azevedo, Ferreira Gullar, José Louzeiro e Josué Montello, e o Ceará nos presenteou com José de Alencar e Patativa do Assaré e a Bahia em seus encantos nos deu como herança Jorge Amado, vocês pensam que podem tudo?
Isso sem falar no humor brasileiro, de quem sugamos de vocês os talentos do genial Chico Anysio, do eterno trapalhão Renato Aragão, de Tom Cavalcante e até mesmo do palhaço Tiririca, que foi eleito o deputado federal mais votado pelos… pasmem… PAULISTAS!!!


E já que está na moda o cinema brasileiro, ainda poderia falar de atores como os cearenses José Wilker, Luiza Tomé, Milton Moraes e Emiliano Queiróz, o inesquecível Dirceu Borboleta, ou ainda do paraibano José Dumont ou de Marco Nanini, pernambucano. Ah! E ainda os baianos Lázaro Ramos e Wagner Moura, que será eternizado pelo “carioca” Capitão Nascimento, de Tropa de Elite, 1 e 2.


Música? Não, vocês nordestinos não poderiam ter coisa boa a nos oferecer, povo analfabeto e sem cultura… Ou pensam que teremos que aceitar vocês por causa da aterradora simplicidade e majestade de Luiz Gonzaga, o rei do baião? Ou das lindas canções de Nando Cordel e dos seus conterrâneos pernambucanos Alceu Valença, Dominguinhos, Geraldo Azevedo e Lenine? Isso sem falar nos paraibanos Zé e Elba Ramalho e do cearense Fagner… E Não poderia deixar de lembrar também da genial família Caymmi e suas melodias doces e baianas a embalar dias e noites repletas de poesia…


Ah! Nordestinos…


Além de tudo isso, vocês ainda resistiram à escravatura? E foi daí que nasceu o mais famoso quilombo, símbolo da resistência dos negros á força opressora do branco que sabe o que é melhor para o nosso país? Por que vocês foram nos dar Zumbi dos Palmares? Só para marcar mais um ponto na sofrida e linda história do seu povo?


Minha mensagem então é essa: – Calem a boca, nordestinos!


Calem a boca, porque vocês não precisam se rebaixar e tentar responder a tantos absurdos de gente que não entende o que é, mesmo sendo abandonado por tantos anos pelo próprio país, vocês tirarem tanta beleza e poesia das mãos calejadas e das peles ressecadas de sol a sol.
Calem a boca, e deixem quem não tem nada pra dizer jogar suas palavras ao vento. Não deixem que isso os tire de sua posição majestosa na construção desse povo maravilhoso, de tantas cores, sotaques, religiões e gentes.
Calem a boca, porque a história desse país responderá por si mesma a importância e a contribuição que vocês nos legaram, seja na literatura, na música, nas artes cênicas ou em quaisquer situações em que a força do seu povo falou mais alto e fez valer a máxima do escritor: “O sertanejo é, antes de tudo, um forte!”


Que o Deus de todos os povos, raças, tribos e nações, os abençoe, queridos irmãos nordestinos.







E nem deve!

Texto escrito pelo notívago José Barbosa Junior, na madrugada de 03 de novembro de 2010.






















Minhas colocações 

Hoje, no Dia Oficial do Nordestino, não pude deixar de registrar aqui no meu blog minha homenagem a essa gente que desde a infância aprendi a admirar e a amar tanto.
Não postei um texto de minha autoria não por falta de vontade, mas por ter certeza que não conseguiria ser tão brilhante quanto o autor. A primeira vez que o li, em dezembro de 2013, fiquei encantada!
Os que já conhecem o texto, devem ter percebido que faltou alguns parágrafos e confesso que foi de propósito.
Sinto muito por isso, mas achei problemático alguns trechos falando pejorativamente do funk carioca. Não que eu curta, mas não posso fechar os olhos e negar que há pessoas nesse meio que estão empoderando mulheres de relacionamentos abusivos nas classes "menos privilegiadas" usando o... funk!
E muito menos me agradou, como residente de Mato Grosso do Sul, o autor ter reduzido o Estado ao sertanejo universitário reforçando o preconceito que sim, o Sul-Matogrossense (que já é discriminado muitas vezes até pelo nome, como se não existisse e Mato Grosso ainda não tivesse sido dividido) sofre e muito. 
Aqui também há grandes talentos como Almir Sater e o incrível Manoel de Barros, que é o autor que, com sua simplicidade em ver a beleza da vida nas pequenas coisas, foi tão importante em minha infância e formação. Graças a ele adquiri uma visão de mundo diferente de grande parte das pessoas mais "elitistas" e "urbanistas", mesmo sendo criada em Curitiba.
Não quero que encarem a retirada destes trechos como um desrespeito, muito pelo contrário.
O respeito é para todos.
Mas o dia de hoje é exclusivamente para vocês nordestinos!
O dia de hoje é SEU Lilly Silva, Tina Bau Couto, Pandora e outras blogueiras dessa região LINDA, que um dia hei de conhecer, que são minhas colegas, amigas de blog e talvez desconheça sua região de origem.
Meus sinceros parabéns a todos os painhos, mainhas e pessoas do Nordeste em geral!
Sua cultura só tem um intuito: nos enriquecer cada vez mais!
Todo o meu carinho e respeito a este povo criativo, talentoso e acima de tudo, de um coração do tamanho do mundo! Como a minha nova amiga Escura
Maria Clara, a minha querida Escurinha, a qual já tenho enorme apreço.
Finalizando o texto quase sem palavras... Deixo o vídeo da canção que ouvia quando criança, junto aos meus pais, os quais sempre foram grandes admiradores da cultura musical nordestina, me oferecendo um conhecimento ímpar. Emocionada (de verdade, sem demagogia) faço minhas as palavras da canção...

"Minha vida é andar por este país, para ver se um dia descanso feliz..."


Mi F. Colmán


Nota: Galereee... Eu não desisti de vocês não e também não estou procrastinando! Saí de vez dos braços do macaquinho da gratificação da Ana Paula, huahuahauahau! É a correria mesmo na reta final para o Enem. Mas vou dando meu jeito por aqui, como podem ver. Agradeço a compreensão de todos. Vocês são super importantes, SEMPRE. Que isso fique muito claro.

27/09/2015

Este é um mundo selvagem (laços que se afrouxam)
















E de repente a noite invade o dia
E já é madrugada.
O silêncio é rompido pela música que já não faz mais tanto sentido como fazia antes.
E de repente a melhor amiga que passava as madrugadas conversando no Twitter, hoje não passa de apenas mais um avatar entre seus contatos.
O garoto que era inteligente e tinha tudo para ser um sucesso, o qual te incentivou a estar aqui hoje, desistiu de si próprio, evidenciando a inexistência do livre arbítrio que os calvinistas há séculos desmistificaram.
A melhor amiga que vivia ao seu lado agora parece uma estranha. E só restou um misto de inimizade e indiferença.
E não há como falar a respeito porque hoje já não há mais aquela pessoa distante com a qual você possa desabafar tudo. Sua família cresceu, ela tem outros interesses e as coisas entre vocês parecem muito distantes. Talvez ela deixou de te considerar especial
porque você deixou de ser aquilo que costumava parecer ser e isso a decepcionou, por mais que negue incontáveis vezes.
E assim segue a vida.
Os laços se afrouxam.
Os sentimentos vão enfraquecendo até esmorecerem.
E o assustador que isso não parece ser ruim.
Parece ser o normal.
Como dizia o poeta Renato Russo
"E o tempo vai levanto tudo embora..."
Porque oh baby, baby, este é um mundo selvagem...


Mi F. Colmán



Agora que perdi tudo para você.
Você diz querer começar algo novo.
E isso está partindo meu coração,
Você está indo embora.
Amor, estou lamentando
Mas se você quer partir, tome cuidado.
Espero que tenha muitas coisas bonitas para vestir.
Mas muitas coisas boas se tornam ruins lá fora.
Oh amor, amor
É um mundo selvagem.
É difícil sobreviver apenas com um sorriso.
Oh amor, amor
É um mundo selvagem.
Sempre lembrarei de você,
Como uma criança, garota.
Já vi muito do que o mundo pode fazer.
E está partindo meu coração em dois.
Pois nunca quero te ver triste, garota.
Não seja uma garota má
Mas se você quiser partir, tome cuidado
Espero que faça muitos bons amigos lá fora.
Mas apenas lembre-se que existe muita maldade
E tenha cuidado.
Oh amor, amor
É um mundo selvagem.
É difícil sobreviver apenas com um sorriso.
Oh amor, amor
É um mundo selvagem.
Sempre lembrarei de você,
Como uma criança, garota.
Amor, eu te amo.
Mas se você quiser partir, tome cuidado
Espero que faça muitos bons amigos lá fora.
Mas apenas lembre-se que existe muita maldade
E tenha cuidado.
Oh amor, amor
É um mundo selvagem.
É difícil sobreviver apenas com um sorriso.
Oh amor, amor
É um mundo selvagem.
Sempre lembrarei de você,
Como uma criança, garota.

22/09/2015

Verbo da vez: Pro-cras-ti-nar!





























Esta semana que passou dei por falta de dois colegas que estavam sempre presentes nas aulas do cursinho. Na real, estou dando por falta de vários que agora, na reta final, estão desistindo. Mas cito os dois por terem se tornado grandes companheiros.
Na tarde de quinta-feira, recebi uma mensagem pelo Whatsapp da garota: "Mi, você ainda está indo ao cursinho? Eu não consigo mais, o problema que também não estou conseguindo estudar em casa!"
Minha resposta foi que sim, continuo indo (embora, cá entre nós, eu muitas vezes "nem esteja lá") e aconselhei que tentasse vídeo aulas.
"Ah, mas nas vídeo aulas sempre acabo me distraindo e abrindo outras abas".
Sábado, encontrei o outro colega no supermercado que me fez a mesma pergunta, se ainda estava frequentando o curso. Respondi que sim.
- Pois é... - falou coçando a cabeça. - Falta tão pouco para o ENEM e eu não consigo estudar em casa. Tento estudar pelas vídeo aulas do Youtube e quando vou ver, já estou lá no Whatsapp.

O que posso dizer? É vero!


Muitas vezes, mesmo com o professor me mandando abraços no meio do aulão virtual de Física, lá estava eu com a aba do Facebook aberta me distraindo com mediocridades. Ou repassando imagens engraçadas pelo Whatsapp. Sim, o Facebook e o Whatsapp em seus 98% de coisas é super medíocre e não dá para entender como nosso cérebro pode ser um imã para tanta besteira.




Esta imagem me define

Descobri que isto se chama procrastinação.
No ato de procrastinar, procuramos por uma falsa zona de conforto para deixarmos para depois o que é de mais importante em nossas vidas. E estas redes sociais são ferramentas excelentes para fortalecer isto.
Estou frequentando assiduamente o cursinho, mas não significa que não esteja procrastinando.
Detesto colocar a culpa em alguém e não o farei de forma alguma, afinal, somos todos já adultos a caminho da universidade. Porém, faz falta uma pressão de um professor que dá prazos e você sabe que levará esporro se não entregar os trabalhos nos devidos prazos. Como aprendi e me aprimorei em Matemática e outras matérias que tinha certa dificuldade durante o Ensino Médio exatamente por causa disso!
O curioso que sempre fui autodidata em Disciplinas que amo como Filosofia, Literatura, Biologia... E ultimamente, vejo-me procrastinar inclusive nas coisas que amo.
 
 Não consigo me concentrar para ler um bom livro, para revisar e dar continuidade aos meus escritos e acreditem, foi uma luta muito grande desafiar uma tela em branco para estar aqui, agora, escrevendo justamente sobre a procrastinação.
Normalmente estou no Whatsapp, Facebook ou jogada na cama assistindo maratonas de séries.
Vejam bem, eu não sou nada contra a pessoa relaxar, adiar algumas coisas, dar uma enrolada mesmo, porque todos precisam de uma tecla "pause" na vida de vez em quando para evitar o estresse. O problema é quando isso se torna uma constante.
 
 
Resolvi HOJE sair da procrastinação. Exatamente, SAIR e não LUTAR CONTRA. Sou radical, precisa ser 8 ou 80. Esse negócio de ir largando as coisas aos poucos não funciona comigo.
Não vou desligar o pc e nem o celular. Não são eles que precisam de controle.
 
Mi F. Colmán 

Nota: Aos que seguiam o Rivotril com Coca-Cola pelo Facebook devem ter percebido que a fan page sumiu. Meu perfil foi denunciado como FALSO (isso mesmo, FALSO!) e infelizmente, a equipe do Facebook está acatando a denúncia como tal. Mas já estou tomando providências para recuperá-lo. Sinto pelo transtorno e agradeço a compreensão. Quem quiser algum contato pelo Face estou com um perfil temporário com o nick Millie Colmán.


28/08/2015

Confiança virtual






















Escrevi sobre um assunto parecido no post Vida Real x Vida Virtual, no entanto, o texto era sobre as minhas experiências e como eu encarava meu relacionamento com a virtualidade.
Não sou uma pessoa incrédula, porém, penso que até nós que somos maiores de idade, independente do sexo, precisamos ter certas ressalvas quando se trata de trazer para o material, o virtual. E detesto fazer esta separação, contudo, ela muitas vezes se faz necessária.
Eu, por exemplo, nunca entraria em um "encontro às cegas" com um amigo ou amiga que conheci pela tela somente por chats e fotos. Tenho que me certificar primeiro através da webcam para prosseguir em qualquer coisa, até mesmo para saber se a conversa ao vivo rolará legal. E depois do processo, marcar sempre em locais públicos até adquirir confiança.
Não podemos ser românticos e achar que só porque uma pessoa é legal conosco por aqui, ela seja de confiança. Parafraseando a música, muitas vezes são "palavras apenas..."
E quando se trata de pré-adolescentes e até mesmo crianças? Elas são maioria no Facebook e já tem tomado grande parte da blogosfera e do Youtube, algumas se expondo, ao meu ver, muito mais que o necessário. Aí a preocupação é dobrada. Estas pessoas estavam com tablets e smartphones "na maternidade" e de longe conseguem separar as coisas e, consequentemente, se prevenirem dos perigos.
A velha máxima de "não fale com estranhos" caiu por terra.
O vídeo a seguir é a grande prova do quanto esta nova geração é ingênua e corre sérios riscos. Convido-os para que tirem um tempinho para assistir ao vídeo completo. É importante.



Este vídeo é um grande alerta para quem acha que "não tem nada demais" o que acontece por aqui e não fazem ideia do que crianças e adolescentes acessam ou com que pessoas vem mantendo contato. Na real, fica até a dúvida de quem está sendo mais ingênuo.
Não estou, de maneira alguma, fazendo apologia para pais e responsáveis se tornarem pessoas paranoicas e controladoras. Sou totalmente aversa à invasão de privacidade. Entretanto, se você conversar com seus filhos no cotidiano e passar-lhes confiança, as chances são muito maiores de dividirem suas vivências contigo. No geral, a internet tem sido o único meio de crianças, adolescentes e jovens desabafarem seus problemas e se pararmos para analisar, são pessoas que se sentem completamente sós dentro da própria casa.
Inseguros no lar e com uma falsa segurança online.
Indico dois filmes muito interessantes sobre o tema. Este último, que inclusive pretendo resenhar em breve, traz diversos alertas a respeito do mundo virtual, como os tão temidos grupos Pró Ana/Mia.





Confiança virtual é uma postagem em comemoração aos 6 anos do blog Espiritual-Idade da amiga Roselia Bezerra, a qual tenho muito orgulho de ter sido convidada para a festa.
Parabéns Roselia! Seis anos não é para qualquer um!





Nota: Devido a uma gripe sinistra que me arrastou para uma temporada de intensa procrastinação, só publicarei post novo depois que responder aos comentários de postagens anteriores e retribuir as devidas visitas que recebi.
Ah! Estou muito feliz por mesmo com toda essa temporada de inércia ainda surgirem novas pessoas por aqui.
Valeu mesmo pela atenção e consideração galera!


                                          Mi F. Colmán


12/08/2015

Voltar atrás também é seguir adiante






















Não. Este não é um dos meus posts filosóficos sobre situações da vida. Mas de qualquer forma, tudo que lemos, compartilhamos experiências, acaba sendo uma forma de aprendizado. Se não para o outro, para nós mesmos.
Voltei atrás. Desisti.
Ontem foi Dia do Estudante e me dei ao luxo de procrastinar no Facebook o dia todo, literalmente. Aproveitei para relaxar e também observar.
E hoje, oficialmente, me desconecto do projeto BEDA.
Para quem não está me acompanhando, o BEDA é um projeto inspirado no VEDA, que consiste em fazer um post por dia no mês de agosto e foi criado pelo grupo do Facebook denominado Rotaroots - Blogueiros de Raiz.
Não. Não foi falta de inspiração. Inclusive tinha posts programados que abortei aqui.
Acabei percebendo que minha interação entre a blogosfera e o Facebook são totalmente opostas, para não dizer que é praticamente inexistente.
Não tenho intimidade com as meninas de lá e até hoje não entendo muito bem o porquê, pois me enturmo muito facilmente nos grupos literários do Face, tenho conhecido escritores incríveis e experientes que estão me dando dicas super legais. Mas neste caso, não sei mesmo o que acontece... E claro, não é culpa de ninguém ou o grupo não seria tão popular e ativo. Mas também não é culpa minha, ou em partes, não ter entendido alguma regra mas... Nenhuma visualização diferente vinda do Face? Sei não. Não deve ter "rolado química", sei lá... No hard feelings. Freud talvez explique, rsrsrs. Ou alguma blogueira amiga que faça parte de lá possa me esclarecer isso aí.
Pelas visualizações, o que vem do Face para cá são apenas as amigas e amigos de sempre que usam a fan page do Rivotril com Coca-Cola para se atualizarem e que os reconheço pelo território onde vivem. As mesmas pessoas que sempre vem do Face, fato.
Sem mimimi. Eu acho que mesmo deixando os links, meu blog não chamou a atenção das blogueiras de raiz para virem me visitar e conhecer o "meu" BEDA. Então ficou meio que sem sentido continuar. Muitos podem questionar porque eu não corri atrás. Gente... Se não estou tendo tempo sequer para visitar meus fiéis colegas, amigos e amigas de longa data daqui direito, vou abrir exceção a novos blogs agora? Não posso. Estou em condições apenas de retribuir visitas.
É, talvez o momento do meu blog não seja para um projeto dessa magnitude.
Talvez por eu não ser na realidade uma blogueira de raiz ou... Meu blog estar muito enraizado na blogosfera. rs.
São tantos "talvez" que vou entrar numa crise existencial daqui a pouco. #SóQueNão, hahahaha! Não rolou, não rolou. A vida é assim em tudo.
Eu nunca vejo uma desistência como um fracasso e sim, um novo olhar para uma determinada situação.
Deixo minha gratidão a todas as pessoas maravilhosas (mas que não são novas por aqui, ainda bem, o que prova que tenho amizades consistentes) que estiveram me acompanhando nos dias que topei o projeto e postei. Quero dizer sinceramente que vocês são os melhores!



























E sou grata também por ter conhecido este projeto que me tirou um tanto da procrastinação blogosférica que estava entrando e com certeza postarei mais do que apenas uma vez por semana como antes.
Quanto ao Blog Day, não sei o que farei por não estar mais no projeto delas. Mas podemos entre nós fazer uma festinha por aqui mesmo! É uma ideia!
Sei que estou lerda, mas PROMETO que passarei nos blogs de cada colega, amigo e amiga que mesmo com minha ausência aqui e ali, têm me dado total apoio e incentivo para continuar neste mundo tão rico chamado BLOGOSFERA.
Meu muito obrigada e voltando atrás, sigo adiante! 


Mi F. Colmán 

 

09/08/2015

O pai que nunca existiu


Acomodado desajeitadamente no braço do sofá e ignorando tudo ao seu redor, cabisbaixo, quase "enterrava" o rosto no smartphone enquanto digitava. A franja caindo no olho não podia ocultar o rosto inexpressivo.
- Parece muito ocupado. - observou Cláudio sentando-se no sofá ao lado, procurando, mesmo que achando em vão, uma proximidade.
A resposta que obteve foi uma leve e ligeira erguida de sobrancelhas.
O conflito de gerações era inegável e mesmo respeitando e sentindo que pudesse estar sendo inconveniente, não queria se dar por vencido.
- Achei que fosse almoçar na casa de seus pais hoje.
- Por quê? - foi a pergunta lacônica.
Encorajado a emendar a conversa, afinal, não era sempre que tinha essa abertura contra seu pior rival, o aparelho, ajeitou o corpo para a frente, para ficar ainda mais próximo e afirmou:
- Hoje é Dia dos Pais.
- E? - indagou com indiferença sem mover um músculo além dos dedos inquietos.
Claudio respirou fundo antes de prosseguir naquilo que considerava quase uma missão.
- E... - disse meio desconcertado. - E achei que fosse almoçar com seu pai hoje.
- Achou errado.
O silêncio de indiferença, agora tenso, tomara conta da sala.
- Vini...
Foi interrompido por um "shhh".
Percebendo que sua presença e principalmente sua conversa eram dispensáveis, Claudio levantou suspirando de cansaço e deu as costas, afastando-se e desistindo de tentar um diálogo. Foi quando teve os passos interrompidos pela voz atrás de si:
- Ele me ligou, me enviou mensagens pelo whats. Mas... Você sabe, aquele pai nunca existiu.
Comovido, virou-se e se deparou com a pessoa com a mesma atitude, sem ter mudado sequer o mínimo de sua posição no sofá. Os olhos vidrados na tela, a voz tão desprovida de expressão quanto o rosto.
- Um pai que não existiu, um filho que nunca existiu, um amor que nunca existiu. Tudo inexistente.
Pausa.
- Não há razões para dar razões à inexistência.
Com o semblante entristecido, Claudio avançou uns passos adiante e parou em frente ao garoto, pouco se importando se a atenção exclusiva não estivesse direcionada a ele.
- Eu só quero que saiba que... - dizia com a voz embargada de pesar. - Eu só quero que saiba que de forma alguma acho justo tudo o que fizeram com você, Vini.
O rapaz parou de digitar por um momento, mas não o encarou. Os olhos baixos caminhavam pelo chão, pelo carpete verde, parte dos móveis e tudo à sua volta que estivesse em um alcance máximo para que não precisasse erguê-los.
- Eu sei.
Poucos segundos, retornou à sua frenética digitação.
- Que bom que sabe. Só achei que pudesse passar um domingo do Dia dos Pais com seu pai, mas... Como bem falou, achei errado, para você ele não existe.
- Também não existo para ele. Nunca existi. Quem não aceita o verdadeiro de mim ou o ignora, presenteia com sua inexistência.
Claudio passou a mão no rosto, tenso. Nem sabia o que dizer.
Após um silêncio, desta vez um pouco mais sutil, enquanto digitava, ele comentou quase ensaiando um sorriso:
- Lembra quando eu acreditei que aquela dose de Rivotril me mataria?
- Por favor, nem me lembre disso! - foi mais uma súplica de pânico do que uma repreensão.
O sorriso quase ensaiado emergiu pela metade e ele continuou:
- Fui um idiota. - liberou um riso nervoso. - Idiota por ter acreditado tanto naquela dose quanto nas pessoas que acreditei que me amassem de verdade.
- Não foi idiota. Apenas uma pessoa sensível e incompreendida, que confiou cegamente na aceitação de pessoas que diziam e deveriam amá-lo exatamente como é. Você é especial Vini e merecia passar um Dia dos Pais digno, conversando com seu pai.
Liberando outro riso nervoso, ele jogou a franja para cima que quase no mesmo instante cobriu novamente seus olhos.
- Mas estou fazendo isso.
- Sério? - indagou surpreso. - É com ele que conversa tanto aí? - apontou o smartphone num movimento de cabeça. - Não sei o que dizer, se fico feliz por estar conseguindo
- Não consigo. Aí é que está! - levantou e encarou-o de frente. - Mas estou conversando com meu pai. Como diria minha querida amiga Larissa, ele só "encarnou" um pouco adiantado de mim. Feliz Dia dos Pais!
E com um beijo na testa, Vinícius surpreendeu o avô.


Trecho do livro Rivotril com Coca-Cola, autoria de Mi F. Colmán.


Você me telefonou hoje.
Lutando para achar as palavras certas.
O tempo pode mudar uma coisa ou outra.
O tempo mudou nossas vidas.
Mas sabe...poderia ter sido diferente, pai.

As palavras trazem uma doce memória.
Sentado numa árvore caída num barranco.
Ao meu lado, um homem distinto me encorajando
Dizendo que sou capaz.
Mas você sabe... Você não estava lá.

Você diz "Filho, vamos esquecer o passado.
Eu quero outra chance. Farei tudo certo"
Você implora por um recomeço.
Tentando construir uma ponte destruída.
Mas você sabe...
Você nunca a construi, pai.

Então eu me sento aqui à noite.
E escrevo até dormir.
E o tempo continua passando...

O tempo fez com que você finalmente percebesse,
Sua solidão e a sua culpa interior.
Você está buscando por algo que nunca teve.
Voltando agora e olhando para trás
E você sabe...
Eu não estou lá.

Você diz "Filho, vamos esquecer o passado.
Eu quero outra chance. Farei tudo certo"
Você implora por um recomeço.
Tentando construir uma ponte destruída.
Mas você sabe...
Você nunca a construiu, pai.

Você nunca a construiu, pai.
Você nunca a construiu, pai.
Você nunca a construiu, pai.
Você nunca a construiu, pai.




I´m bleeding, quietly living I´m living, quietly bleeding - Dominik
 renata massa