31/05/2015

O filme que me marcou - BC Maratona de Maio

Acredito que todos nós tenhamos uma lista básica de filmes que nos marcaram e, portanto, não nos parece fácil escolher apenas um deles.
Porém, acredito que quem curte a subcultura gótica, O Corvo seja um ícone eterno em nossas vidas.


"Se as pessoas que amamos são tiradas de nós... O jeito de mantê-las vivas é continuar amando-as. Prédios queimam, pessoas morrem... Mas o amor verdadeiro, é para sempre."
















A grande maioria possui um preconceito ou uma visão muito deturpada da subcultura gótica. Imaginam que são apenas pessoas sombrias que se limitam a vagar pelos cemitérios. Desconhecem a vasta cultura literária e musical que nós possuímos. E também, o lado da sensibilidade que é pouco divulgado.
Este filme quebrou bastante este estigma de que gótico é ser trevoso. Góticos possuem imensa admiração pela poesia maldita, mas também, inclusive aqui no Brasil, cultuam como ídolos os poetas da Segunda Fase do Romantismo, em especial, Álvares de Azevedo.
E para demonstrar que gótico não é sinônimo de baixo-astral ilimitado, há frases motivadoras como a do personagem Eric Draven interpretado pelo saudoso Brandon Lee.

"Não pode chover o tempo todo..."

Para este filme que tem o dom de me marcar até hoje, deixo para vocês dois vídeos. O primeiro é o tema principal da trilha sonora (que inclusive tem como título a frase de Eric Draven) da cantora Jane Siberry. Prestem atenção à letra (é linda!), o vídeo está legendado em espanhol e por isto repasso a tradução logo abaixo.


"Nós andamos por um caminho estreito, abaixo das fumaças dos céus.
Às vezes você mal pode dizer a diferença entre a escuridão e a luz! 
Você tem fé no que você acredita?
O teste verdadeiro vêm quando nós não podemos,
Não podemos ver!"

Eu escuto os pés esmagadores nas,
Nas ruas abaixo, e a,
E a mulher chorando e as,
E as crianças sabem que há,
Que há algo errado,
E é difícil de acreditar que
O amor irá prevalecer!

Oh, Não pode chover o tempo todo,
Os céus não cairão para sempre!
E mesmo que a noite pareça longa,
Suas lágrimas não cairão para sempre!

Oh, quando eu estou sozinha, deito acordada à noite 
E desejando que você estivesse aqui! 
Sinto sua falta.
Você pode me dizer se há algo a mais para eu acreditar?
Ou isso é tudo o que há?

Sobre os pés esmagadores, nas,
Nas ruas abaixo, e a,
E a janela se quebra e,
E uma mulher cai, há...
Há algo errado, é...
É tão difícil de acreditar que o amor prevalecerá!

Oh, Não pode chover o tempo todo,
Os céus não cairão para sempre!
E mesmo que a noite pareça longa,
Suas lágrimas não cairão, suas lágrimas não cairão, suas lágrimas não cairão...
Para sempre!

"Na última noite eu tive um sonho.
Você veio em meu quarto, me pegou em seus braços.
Sussurrando e me beijando, e me falando para ainda acreditar.
Dentro do vazio da cidade em chamas,
De que nos defendemos do mais obscuro do que nós mesmos.

Até que eu me senti segura e aquecida,
Eu sinto como se dormisse em seus braços!
Quando eu acordo, eu choro novamente por você ter partido!
Oh, você pode me escutar?"

Oh, Não pode chover o tempo todo,
Os céus não cairão para sempre!
E mesmo que a noite pareça longa,
Suas lágrimas não cairão para sempre!
Oh, Não pode chover o tempo todo,
Os céus não cairão para sempre!
E mesmo que a noite pareça longa,
Suas lágrimas não cairão, suas lágrimas não cairão, suas lágrimas não cairão...
Para sempre! 


O próximo vídeo é um Tributo a Brandon Lee que faleceu em circunstâncias misteriosas durante a filmagem aos 28 anos de idade. O vídeo reúne as melhores cenas do filme e tem como fundo musical a canção Close to the flame, da minha banda finlandesa do coração HIM.


"No passado, as pessoas acreditavam que, quando alguém morria, um corvo carregava sua alma para a terra dos mortos. Mas às vezes, acontece algo tão ruim que uma tristeza terrível é levada junto com a alma, e a alma não consegue descansar. Então, às vezes, somente à vezes, o corvo consegue trazer a alma de volta para resolver o que está errado... 
Se duas pessoas realmente se amam, nada pode mantê-las separadas. Nada."















Mi F. Colmán

Encerro com um pouco de atraso, (mas a tempo!) a BC Maratona de Maio de Alê - Bordados e Crochê e Meus Devaneios Escritos.

Uma música que me faz seguir adiante - BC Maratona de Maio

Como maio ainda não acabou, está no finalzinho, minha maratona muito menos. De modo algum iria deixá-la para trás. Foi uma ideia fenomenal das colegas Alê do blog Alê - Bordados e Crochê e Silvana Haddad do blog Meus Devaneios Escritos  para movimentar a blogosfera. E tenho certeza que o intuito deve ter dado muito certo, visto que estive ausente uns dias por motivos de força maior (o verdadeirp inferno para efetuar inscrição no ENEM e simulados no cursinho). 
Resolvi fazer um post para cada tema, como solicitado nas regras delas.

Seguindo o cronograma: A música que me faz seguir adiante.



Admito que esta temática me pegou, porque geralmente escuto músicas com letras profundas, depressivas (coisa de gótica / screamo, nem liguem) que me servem de catarse. Porém, lembrando de um show que fui, uma música que curti demais a letra e achei super forte foi O Sol de Jota Quest
Eu nem era fã da banda (para ser honesta, tinha até uma certa birra), assisti "acidentalmente" o show em um encontro de motoqueiros, no entanto, como tenho uma mania incorrigível de valorizar demais as bandas pelo conteúdo de suas composições, esta composição me atingiu em cheio ao ser tocada.
Ela é um convite ao desapego e à superação. Confiram por si mesmos:



Hey dor!
Eu não te escuto mais
Você não me leva a nada
Hey medo!
Eu não te escuto mais
Você não me leva a nada

E se quiser saber
Pra onde eu vou
Pra onde tenha Sol
É pra lá que eu vou

E se quiser saber
Pra onde eu vou
Pra onde tenha Sol
É pra lá que eu vou

Hey dor!
Eu não te escuto mais
Você não me leva a nada
Hey medo!
Eu não te escuto mais
Você não me leva a nada

E se quiser saber
Pra onde eu vou
Pra onde tenha Sol
É pra lá que eu vou
É pra lá que eu vou

E se quiser saber
Pra onde eu vou
Pra onde tenha Sol
É pra lá que eu vou

Yeah! Han!
Caminho do Sol, eh!
Lá lararará!
Caminho do Sol, eh!

E se quiser saber
Pra onde eu vou
Pra onde tenha Sol
É pra lá que eu vou

E se quiser saber
Pra onde eu vou
Pra onde tenha Sol
É pra lá que eu vou
É pra lá que eu vou

Lá lararará, lararará
É pra lá
É pra lá que eu vou
Lá lararará, lararará
Aonde eu vou?
Aonde tenha Sol
É pra lá que eu vou
Lá lararará, lararará
É pra lá
É pra lá que eu vou
Lá lararará, lararará
É pra lá que eu vou
É pra lá que eu vou
Lá lararará, lararará

Dor e medo: dois inimigos principais que não devemos escutar para seguir adiante em nossas vidas.


Mi F. Colmán


19/05/2015

Paisagem que me inspira
























Se eu disser a vocês que não sou uma pessoa muito chegada a paisagens, pensarão que sou um ET?
Pois bem, não sou o tipo que se concentra em paisagens. Claro que gosto de estar em lugares bonitos, porém, não é isso que afetará meu humor. Ele depende muito mais de dentro para fora do que o oposto. Posso estar em um lugar onde todos considerem péssimo e estar bem comigo mesma.
Não tenho a urgência de ir ao campo ou à uma praia deserta quando preciso relaxar. Assim como posso me divertir tanto em uma balada cheia quanto em uma mesa de pizzaria com poucos amigos.
O que curto contemplar são cemitérios. Cemitérios são inspiradores, na verdade, as maiores inspirações que tive das minhas estórias já escritas foram inspiradas em visitas a eles. Ou simplesmente visitando-os em minha imaginação. Esta última sim, me leva longe.
Caminhar pelo cemitério pode ser uma excelente terapia. Embora seja um local de tristeza, é de reflexão, onde o orgulho, a vaidade e todos os sentimentos mesquinhos se resumem ali. Todos vamos, inevitavelmente, dar de cara com a morte um dia.
Fico também fascinada com a arte dos cemitérios. Um dos meus sonhos turísticos é conhecer o Père Lachaise em Paris, onde Jim Morrison e outros nomes conhecidos foram sepultados.
Mega atrasada na BC Maratona de Maio da Alê e da Silvana, declaro que a paisagem que me inspira é a que fica entre as lápides e túmulos. Entre a vida e a morte. 
Ou a outra vida, ainda desconhecida.


Mi F. Colmán



12/05/2015

Os números de Grabovoi































Quase todos os dias sou "apresentada" a um novo grupo no Facebook. Acredito que isso seja normal aos que têm mais de 500 contatos na lista. Os amigos não precisam de autorização para te incluírem neles, algo que acho muito chato e devia ser corrigido, pois direto tenho que sair de algum. Grupos que geralmente me passam despercebidos: Literatura, culinária, artesanato, OVNIs...
Mas semana passada, me deparei com algo que considerei, no mínimo, curioso. Pessoas postavam fotos de dinheiro com umas sequências de números e comentavam algo como: ativo, recebo, mereço, agradeço...
Teria passado batido se não tivesse o maior flood na minha timeline. Eram posts e posts com praticamente o mesmo conteúdo e aquelas sequências numéricas que me aguçaram a curiosidade.



Já tinha conhecimento da "famosa" Lei da Atração antes de "O Segredo", quando tive acesso, ainda na infância, ao livro O Poder do Subconsciente de Joseph Murphy. Na época achei o máximo, porém, o assunto foi enterrado quando um professor, mestre em Física (e por incrível que pareça, não cético) afirmou que não havia nenhuma ligação cientificamente comprovada com a Física Quântica como os autores insistiam em dizer.
Voltando ao que me chamou a atenção e percebi ser algo semelhante ao "Segredo", entrei em grupos fechados para saber mais sobre essa "novidade".
Descobri que era uma teoria onde sequências numéricas das mais variadas, prometiam coisas perigosas como a cura da AIDS, do câncer, regeneração de órgãos e DNA. Esses códigos são usados como um mantra ou de outras formas estranhas como escritos à caneta em qualquer parte dolorida do corpo, ou até mesmo colada num pedaço de papel em uma garrafa d´água para o doente beber.
Investigadora nata que sou, baixei os livros e comecei a ler a respeito. Nada convincente. Muito mais esotérico do que científico. Piorou quando busquei o autor da façanha cujo nome é Grigory Grabovoy(ou Grabovoi).
Grigori Petrovisch Grabovoy é um cientista (!) que nasceu no Cazaquistão, mas foi criado na Rússia, país em que foi condenado na década passada há 11 anos de prisão por estelionato. Grabovoy prometeu às mães das crianças falecidas no massacre de Beslan, a ressurreição das mesmas através do seu método numérico, em troca, óbvio, de dinheiro. Cobrou 1.300 euros pelas reuniões. 
Apresentando-se como o 2º Advento de Cristo na Terra (oh, really???) realizava concentrações massivas de até 500 pessoas, se transformando no líder de uma grande seita com ideias neo-pagãs.
Apesar do veredito e de todas as evidências, seus seguidores, principalmente pessoas de mais idade, continuaram acreditando na teoria de Grabovoy e considerando sua condenação injusta.



Ultimamente pouca coisa tem conseguido me surpreender, no entanto, o que considerei meio assustador foi ver que aqui no Brasil há muitos seguidores desse cara. Pessoas que, em troca de um pouco de alívio aos seus desesperos, atropelam a criticidade e ficam "ativando" códigos, confiando cegamente na teoria de um cara que não a toa ficou 11 anos preso.
Onde foi parar o senso crítico das pessoas? Por que vemos inúmeros sites nacionais divulgando esses "números de Grabovoi" como Ciência (!!!) e pouquíssimos divulgando a real? 
Fico pasma com essas coisas, só de ficar lendo sequências de números e pessoas "ativando, recebendo, agradecendo" já me senti uma completa retardada, quanto mais seguir tais preceitos!
Acredito (na verdade, tento acreditar) que exista a tal da Lei do Retorno, que pensamentos positivos podem nos auxiliar produzindo endorfina em nossos cérebros e, consequentemente, tornando-nos mais produtivos e firmes em nossos objetivos.
O que eu me pergunto (ainda não pesquisei) se na Europa este cara possui toda essa popularidade que vi no Facebook, onde pessoas entregam seu tempo precioso (e suas vidas) repetindo feito robôs as ideias estapafúrdias deste elemento. E por quanto tempo as pessoas continuarão com vendas nos olhos deturpando a reputação da verdadeira Ciência...


Mi F. Colmán


Se quiser ler mais, clique no link.













10/05/2015

Mãe - Carinho sem limites


Vergonha das atitudes da mãe em público... Quem nunca?

Muitas coisas na vida da gente simplesmente não morrem e eu pude constatar isto essa semana. Na infância quando vinha aquela pergunta típica do "o que vai ser quando crescer?", minha resposta era, no mínimo, subversiva. Ao invés de responder o comum: bailarina, atriz, cantora, médica... Minha resposta era: "Eu vou ser publicitária", rs.
O curioso que hoje tenho a chance de fazer Publicidade, mas acabo sendo levada pela razão em cursar Direito ou outras opções. Mas "a publicitária" certamente despertou ao ver este comercial (continuo AMANDO analisar comerciais) do Dia das Mães e pensei: "Este tem que ir para o meu blog".
Tá certo que eu merecia um cachê por isto mas... Espero que curtam o anúncio tanto quanto curti.
Um Dia das Mães repleto de coisas boas para todas as mães do Blogger. Conforto e estas rosas, com todo meu carinho e respeito, a todas as filhas órfãs da blogosfera e às mães órfãs também (já que não tem nem nome para isso de tão doído que deve ser). 
Enfim... Um dia de Paz para todos nós.


Mi F. Colmán


07/05/2015

BC - Maratona de maio

Mais uma BC. Esta é da Alê do blog Alê Bordados e Crochê e da Silvana do blog Meus Devaneios Escritos.
A intenção desta blogagem é para movimentar a blogosfera. 
Curioso. Pensei que estava lento para mim, por minha presença volúvel por aqui, mas parece que "o problema" é geral.
Blogueiras e blogueiros devem estar conscientes que o Blogger depende única e exclusivamente de sua disciplina e comportamento. Sei que não sou um exemplo vivo de blogueira, porém, sou a que procura dar o seu melhor, mesmo quando parece impossível de fazer.
Venho percebendo uma falta de reciprocidade e é bom lembrar que foi por este motivo que o Orkut está enterrado hoje.

A BC consiste em fazer uma maratona no mês de maio e traz como símbolo a figa de um dos meus vídeos preferidos, Pure Morning do Placebo. Nem preciso dizer o quanto AMEI a escolha.



O cronograma é o seguinte:

* 06/05 - Frase (que te Inspire )
* 13/05 - Foto (de uma Paisagem que vc quer e por algum motivo não tem)
* 20/05 - Música (que te dê ânimo para continuar)
* 27/05 - Filme (que te faz levantar e ir à luta)


Começando hoje (um pouco atrasada) com a frase que me inspira.



Eu não posso dizer que sou fã de Paulo Coelho. Sequer li esta obra denominada O Aleph. Meu último risco com o autor foi Adultério. No entanto, há de se reconhecer que em se tratando de frases de efeito, ele lidera o topo.
Esta em especial eu gostei muito, me fez lembrar de Jó.
Sim, o próprio, da Bíblia. Aquele cujo livro costuma ser interpretado de forma radical e ouso dizer, até mesmo equivocada, por muitos cristãos.
Algumas pessoas não conseguem compreender o que parece, a princípio, uma "mera competição de egos" entre Deus e Satanás. Já conheci ex-cristãos que tiveram como impulso para sua descrença, a má interpretação deste livro aparentemente tão controverso.
Como Deus pôde castigar um homem tão bom e leal só para provar ao diabo que ele Lhe era fiel?
Como disse, à princípio parece isto, porém, Jó entrega o que o levou a este destino em um momento aleatório, em um só versículo:

"Porque aquilo que temia me sobreveio; e o que receava me aconteceu". Jó 3:25

Ou seja, ele temia! E se ele temia, receava, significa que ele era um homem de pouca fé, que acabou atraindo tudo aquilo de ruim que é relatado para si.
Aprendemos com as próprias Escrituras sobre o medo:

"Porque Deus não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, e de amor, e de moderação". 2 Timóteo 1:7

Aqui fica registrada minha primeira participação na maratona deste mês.


Mi F. Colmán


Fechando com chave de ouro: a música "inspiração" que caracteriza a BC.



06/05/2015

Flores e Intenções























Vanessa desceu no ponto de ônibus e não podia acreditar no que via.
- Flor, Bruno? Fala sério! Acha que compra mulher com uma flor? Vê se cresce, garoto!
Bruno não hesitou em retrucá-la:
- Estranho. Você vive vidas paralelas ou não está prestando atenção no que tenho em mãos. Não tenho apenas uma flor, tenho uma flor pronta para ser mantida. Não é isso que postou em seu Instagram há uma semana atrás?
Vanessa encolheu a testa, surpresa e confusa.
-Sim! - ele continuou - Eu presto a atenção no que escreve, acompanho teu blog, o que posta no Instagram... E dias atrás postou que flores só tinham valor quando plantadas, pois assim elas seriam cultivadas e poderiam se manter vivas. E que do mesmo jeito era o amor.
- Não acredito que anda me espionando nas redes sociais!
- Não, não ando te "espionando". Eu te acompanho. Assim são as pessoas que gostam de ti. Elas vão querer saber sobre o que posta, sente, pensa...
Vanessa respirou fundo. Pouco convencida. Achava aquilo tudo tão sem criatividade, tão cafona, tão clichê...
Em poucos minutos ouviu a buzina de um carro.
Era Leonardo com seu carro do ano vermelho.
- E aí? Bora tomar uma cerveja? - colocou a cabeça para fora da janela, chamando-a.
Leonardo sim era homem. Já passara dos trinta e era decidido. Não precisava de nenhuma "arma" para conquistar uma mulher. Ele sabia que não precisava e isso encantava Vanessa, que não pensou duas vezes antes de entrar no veículo, sem ao menos se despedir de Bruno.
Depois de umas geladas, Leonardo a conduziu para um dos cantos do bar onde os casais se reuniam e tinha pouca iluminação. Sem hesitar, já mostrou a que veio, explorando com as mãos todo o corpo de Vanessa e beijando-a com força.
Após um certo esforço, Vanessa conseguiu afastar sua boca e segurar suas duas mãos.
- Hey, pega leve... Calma. - pediu com certa manha, para não demonstrar seu desagrado da pressa.
- Quem disse que eu sou calmo? - rebateu imitando sua voz manhosa.
Vanessa fechou a cara e afastou-se.
- Quem você pensa que é?
- Hey, até um tempinho atrás você foi bem rápida. Qual é? Vai amarelar agora? 
- Rápida? Qual é digo eu Leonardo! O que é que tu pensa? Que só porque uma mulher aceita tomar umas cervejas contigo ela já está querendo sexo? 
- Está querendo o que, então? Vem ao bar com homem para que, então? Rezar?
- Cala a boca, cara! Eu vou embora. E não! - afastou-o com um leve empurrão. - Eu arrumo um táxi.
Leonardo simplesmente deixou-a partir. 
Por que investiria em uma garotinha cheia de frescuras? Como ela, havia outras muito melhores que poderiam oferecer o que ela não podia.
Dentro do táxi, limpando as lágrimas do rosto para que o taxista não percebesse, Vanessa pensava em Bruno e na situação de Leonardo, perguntando-se quem era o moleque, afinal?
Quanto a Bruno, não derramou nem uma lágrima. Guardou o vaso de flor amarela para entregar à mãe no domingo do Dia das Mães.
Não desistira de comprar e entregar outro. Só não era ainda o momento.
Desistira apenas de Vanessa.




Este conto é uma participação da BC - Botando a Cabeça para Funcionar, edição nº 8, da amiga Chica do blog Chica Brinca de Poesia.
Para conhecer e ler outras participações, clica no link

03/05/2015

Obstaculizando a vida















Poderia ser uma noite como outra qualquer. Mas há muito havia descoberto que não existia nem um dia ou uma noite que fosse como outra qualquer. Cada dia e cada noite eram únicos, por mais que a rotina insistisse em transmitir o oposto.
Não tinha saído com amigos. Cada amigo também era único e quando se reuniam, eram os grupos com ideais iguais. Pensou na dificuldade de unir pessoas com filosofias diferentes em um só lugar sem a noite acabar em intolerância e uma discussão. Quase impossível reunir ateus, pagãos e cristãos na mesma mesa. Por mais que a madrugada acabe literalmente em pizza, haverá alguém a discutir preceitos, nem que seja somente sobre o consumo de bebidas alcoólicas. 
Viu-se perdida entre lazer e obrigações. Obrigações estas que criou para si mesma e percebeu ora desleixando, ora exagerando em sua importância.
A noite acabara em pizza e Coca-Cola (Rivotril mais tarde), porém, em cima da cama. A emissora de tv por assinatura oferecia um excelente filme de Alan Parker, que está entre seus diretores favoritos. Infelizmente o filme que era para ser uma distração, tornou-se alvo de pensamentos sérios e de como defenderia seu ponto de vista sobre a pena de morte. Recordou-se também da história de Damien Echols, embora pouco tivesse a ver com a do protagonista da tela.
Remoeu tanto sua "defesa" que a pizza esfriou, a Coca-Cola passou do nível "natural" e o filme terminou com seu final surpreendente, mas sem surpreender de fato. 
Percebeu negligência de tempo exposta em sua timeline no Facebook. Concluiu que era preciso repensar muito sobre os dois objetivos desejáveis e aprender a conciliá-los.
"A vida tem que ser mais do que isto", pensou.
E a noite não foi como outra qualquer, pois há muito havia descoberto que não existia um dia ou uma noite qualquer. Assim como havia descoberto o verbo "obstaculizar" na noite aparentemente rotineira.
A rotina, como um cronograma de estudos que parece sempre igual, não passa de uma ilusão, uma distração do cérebro.
A rotina não existe.


Mi F. Colmán




















Nota:  Para quem se interessar pelo filme, clique aqui no link
Super recomendo também Sem Evidências, filme sobre a história real de Damien Echols que pretendo resenhar aqui no blog e se encontra para assistir online em
clique no link (estou indicando assim porque não testei o torrent).



01/05/2015

"Você escreve MUITO" e das razões que eu quase desisto de blogar

"Eu te desafio porque você escreve MUITO. Você é autêntica e espontânea, não deixe isso morrer". Beatriz Ayala (Minha professora de Redação)















Não morreu. Mas confesso que sufocou, asfixiou, agonizou.
Isso mesmo. A minha escrita.
Não. Não foi bloqueio literário. 
Antes fosse, todo autor passa por isto. 
Foi a pior das piores coisas que podem acontecer com um ser humano: Falta de motivação.
Eu quase desisti de blogar.
Olha que coisa, logo a "blogueira alienígena", que nunca esteve nem aí com números, agora anda perdida entre eles. Tudo por causa de uns exames que NÃO definem (nada pode ser definido exatamente sob pressão) seu intelecto e quase mata uma das principais razões de sua existência: A Literatura.


















Escrever é o que sempre me manteve viva. Muito antes dos blogs acontecerem. Muito antes de eu me alfabetizar por completo, eu já amava e fazia parte do mundo literário
Minha alma precisa escrever tanto quanto meu organismo precisa de oxigênio para estar vivo.
Cenários, cenas, descrições, personagens...
Cemitérios, flores mortas, rosas negras, roupas pretas, drama, lágrimas, sorrisos, intensidade...
É isso que eu preciso de verdade (e isso não foi um eco gramatical e sim, proposital, por ter vindo do fundo da alma).
Como pessoa, voluntária, blogueira, colunista, estudante, autora... Sempre procurei e procuro oferecer o meu melhor. 
Talvez por isso eu quase tenha desistido daqui. Aprendi que um blog precisa de movimento para existir. Precisa de comentários, retribuição, visitas... 
E sou ré confessa de meu desleixo e negligência.
Não, não foi falta de tempo.
Já disse que foi de motivação.
Não esqueçam que a Literatura está no meu cronograma e também que sou uma pessoa notívaga. Este texto foi escrito pouco depois dos relógios marcarem meia-noite.


Então por quê? Não sei. Há coisas que não se explicam.
Há coisas que apenas acabamos deixando passar e outras que precisamos que aconteçam para acabar com o amortecimento.
E isto que a prof. Beatriz falou ontem era tudo o que eu precisava ouvir para continuar.

E este blog, no matter what...

...To be continued.

Que todos os blogueiros e blogueiras pouco visitados compreendam a profundidade do gênio que foi Virgina Woolf:


Escrever é que é o verdadeiro prazer; ser lido é um prazer superficial.


Nota: Hoje tenho três notas. Quatro com esta, a nota das notas, rá!


Nota II: Ainda vou ficar meio atrasadinha nas respostas aos comentários e nas visitas. Mas aos poucos tudo vai entrando nos eixos (vocês devem pedir para morrer quando leem isto). E gente... O perfil Coluna da Mi morreu, não excluí ainda o Google Plus porque tenho cadastros de estudos no email dele. Mas o perfil mesmo está morto, quem não migrar para cá, vai acabar deixando de ser meu colega. Aquele blog é passado. Este é o real início de uma nova era na minha vida literária.

Nota III: Quero deixar um agradecimento mega atrasado, mas sempre em tempo à uma blogueira muito querida, que me fez uma surpresa de Páscoa. Porém, lerda e perdida como ando ultimamente com tantos cálculos na cabeça, vou aos Correios de quase em nunca. Quando resolvi passar por lá, eis que me deparo com este belíssimo presente de Páscoa.


Roselia Bezerra, gratidão. Adorei o cartão e o poema.

Ando me sentindo a pessoa mais abençoada do mundo com tantas demonstrações de carinho que tenho recebido das pessoas. Pessoas de tantos lugares, tantos destinos diferentes... Temos que saber valorizar cada gesto, cada ato de bondade para conosco. SEMPRE. Porque depois pode ser tarde.

Nota IV: Hoje é um dia mais que especial. É o niver da minha amiga que já saiu da virtualidade há muito tempo e é uma das pessoas mais importantes da minha vida, a Ana. 
Como disse a ela no whatsapp (mas até agora não foi visualizado rs), não tenho nada a oferecer por tudo que já fez e tem feito por mim. No entanto, ofereço meu amor sincero. Porque amor de verdade é de mãe e de amiga.
E para ela (que sempre me lê, eu sei, mas não comenta aqui sei lá "porcausodique") vai uma música em sua homenagem. 
Feliz Niver! E que venham muitos e muitos anos ainda em tua companhia! ;)


E para todos os colegas, amigos e amigas blogueiras: estou de volta, para valer! 
Retorno oficialmente com dois fortes e importantíssimos sentimentos: Entusiasmo e gratidão.

Termino esta postagem compartilhando um dos poemas mais lindos que li da amiga poetisa Ádila Cabral. Ele descreve perfeitamente tais pessoas que me acompanham em minha jornada.































Nem todos os seres humanos são trevas.
Alguns são luzes.
Que brilham, sempre, nas neblinas.
Nos momentos de tristeza.
Mas não é uma luz, aparentemente, visível.
É algo que só se pode ver em meio
A mais densa escuridão.
São fachos de esperanças
Que orientam aqueles que já não tem direção.
Que já quase desistem de caminhar.

Nem todos os seres humanos
Destilam ódio e rancor.
Alguns são estrelas
São pássaros
São flores.
Alguns são amores.
Alguns são sorrisos.
São remédios para dor da alma
São alívios
São cuidados.
Enfim, são anjos que não perdem as asas.
Quando necessitam descer aos tenebrosos infernos .
De outros corações humanos.

Ádila Cabral

O post ficou muito pessoal e apaixonado? 
É assim mesmo quando se trata de Amizade e Literatura. ;)

Mi F. Colmán




I´m bleeding, quietly living I´m living, quietly bleeding - Dominik
 renata massa